sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Chega a Bagé segundo grupo de militares vindos de missão no Haiti

Menos de uma semana depois que o primeiro grupo de militares do Haiti chegou à cidade, 21 militares bajeenses retornaram ao lar ontem, depois de seis meses de uma missão de paz no país.
Quinze eram do 3º RCMec, quatro do 25º GAC e dois do BLog. O grupo chegou ao 3º RCMec às 22h20min. O alívio da chegada parece ainda maior, já que, tão logo os militares saíram do país, uma acusação de estupro de um haitiano por militares uruguaios deixou o clima tenso. O acontecimento fez com que muitos haitianos já não vissem com tão bons olhos a atuação militar, criando um certo clima de tensão no país. 
Em meio dos familiares que aguardavam a chegada do militares, o rostinho de um bebê chamava a atenção. Tão novinho, indicava que, muito provavelmente, não conhecera o pai até ontem. E a informação se confirmou quando a mãe, Alice Rodrigues, de 21 anos, afirmou que o pai do bebê Bryan, de três meses, só o viu pela internet e por fotos. "Quando ele foi eu estava grávida de cinco meses. Foi muito difícil atravessar o final da gravidez sozinha. Nunca imaginei que passaria por esta situação. Demorou muito, pareceu uma eternidade e agora parece um sonho estar aqui com nosso filho para ele conhecer", diz ela, referindo-se ao cabo do 3º RCMec, Leandro Maciel, de 22 anos.
Já para o casal Iza Mara e Vanderci Barañano, faqueiros em um frigorífico, a angústia é outra. O filho Volnei, 24 anos, cabo do 3º RCMec, foi pela primeira vez em uma missão internacional. "É muita saudade. Os primeiros meses pareciam não passar nunca e ele não veio nenhuma vez ao Brasil. Mas estou muito orgulhosa, meu filho é um herói. Também sinto um alívio muito grande por ele estar aqui, ainda que a gente tenha se comunicado bastante pela internet", contou a mãe.
O próximo e último contingente de militares que chegam a Bagé está previsto para o dia 26, quando mais 15 soldados estão sendo esperados, além dos combatentes das demais cidades da região, de abrangência da 3ª Brigada, que enviou mais de 100 militares para a missão, cerca de 70 deles de Bagé.

A emoção do reencontro
Um dos momentos mais marcantes da noite foi a emoção do cabo Leandro Maciel ao encontrar seu filho Bryan, de três meses, pela primeira vez. "A única coisa que eu pensava era pegá-lo no colo pela primeira vez", disse, em lágrimas, recebendo o menino das mãos da mãe.
Para o terceiro sargento Rosnei Peters, de 28 anos, o momento é só de curtir a família e aproveitar o tempo de folga. Sobre a principal lição que aprendeu no outro país, ele diz que foi de ajudar as pessoas. "Eles passam muita necessidade e precisam muito de ajuda", complementa.
O soldado do 25º GAC, Márcio Trindade, de 24 anos, disse que estava muito feliz pela sensação de dever cumprido. "É uma felicidade enorme de ter cumprido essa etapa. Foi muito gratificante poder ajudar", comentou.
Com 10 meses, o pequeno Henry foi vestido de militar para homenagear o pai, o terceiro sargento Luciano, de 32 anos. A mãe, Daiane Hernandes, de 29 anos, conta que foi muito difícil a separação, mas diz que o bebê ajudou a superar os meses sem o marido. 

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